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domingo, novembro 26, 2006

Testamento


Deixo perante um mórbido
pôr-de-sol
passos pesados e trôpegos
de alguém que mal aprendeu a caminhar

Deixo noites insanas
tomadas por vazios profundos
e horas de risos idos

Deixo um mar de lágrimas
pra alguém navegar
e travesseiros que pouco
me permitiram dormir

Deixo beijos por dar
amores por amar
laços... que se enlaçam
pra sempre irão enlaçar

Deixo cinzas
de glória
de amor...

Deixo um punhal
que foi ilusão
que me matou

Deixo o desterro de um adeus
que sempre mostrará mais
amor do que morte

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