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terça-feira, outubro 09, 2007

UM SEGREDO: AMAZONAS

Amazonas...
talvez eu também tenha sido
uma Amazona algum dia
guerreira sonhando te descobrir

tenha sonhado entrar mata adentro
e buscar o meu tesouro...

talvez eu tenha sonhado com cada rua tua
com o som frenético
do coração do teu centro
talvez até tenha desejado caminhar pela Getúlio Vargas

e teria sido encatador
encontrar em ti
o que um dia acreditei ter sido meu

Mas dei as costas para minha esperaça
e deixei que tu continuasses sendo
apenas um ponto no mapa dos meus sonhos
deixei que morresse em mim
as frases que tanto sonhei devolver:

nada é para sempre...
nada é por acaso...

Mas então por que eu quis estar em ti?
Amazonas... Manaus...
eu sei que tem alguém nesses teus braços verdes...
e sei também que tu o escondes de mim!

sexta-feira, setembro 28, 2007

incompleto


Olhar vazio
pensamentos soltos
sorriso morto...
peito aberto

lágrima cristalina
escorrendo rosto à baixo
noite sem estrelas
mar sem sereia

vestígios apenas...

silêncio
solidão
desilusão nunca!
...apenas saudade


Um Ver-o-peso
sem peso
e uma estação sem docas
um Mangal
sem garças
e sem graça!

Um auditório quase vazio
sem palestrante...
apenas uma plateia
com o pensamento distante...

no mesmo lugar
que o amor me espera...
além dos meus horizontes...

talvez haja esperança
de ser completa de novo...
[um dia...

sexta-feira, agosto 31, 2007

Desencontros


Duas folhas nasceram na mesma árvore
as mesmas folhas foram levadas pelo vento
[separação terrível]

duas pedras no fundo do mesmo lago
uma delas foi retirada pelo garimpeiro
[duas lágrimas de pedra]

duas flores cresceram no mesmo galho
e apenas uma foi colhida...
[as duas ficaram sem perfume]

duas...
agora talvez uma
ou separadas
são nenhuma...

Duas almas que nasceram pra ser só uma
se assistem ir embora...

E logo ali
um anjo observa
com lágrimas rolando...
um adeus que foi criado pelo tempo
... que não foi traçado...

segunda-feira, agosto 20, 2007

Estrelas

uma imagem
quase nada
quase tudo que eu quis...
um beijo...
e um desejo
que se foi...
se perdeu de mim
na cidade fria
de sentimentos urbanos
eu não tenho tempo
para despedidas
e ninguém tem tempo
para me apresentar de novo
o brilho das estrelas
que sempre brilham no céu...
e não há como saber se quando eu olhar...
tu também estarás olhando
mas eu olharei...
na esperança eterna
de um dia
quem sabe...
vê-las nos teus olhos brilhando de novo...

sábado, agosto 04, 2007

Porto, Cela... coração!


Num porto sombrio

de algum tempo perdido

está esquecido o que eu um dia quis


numa cela

estão todos os sorrisos

que eu tive que não sorrir


mas dentro do coração

inflamam-se mais feridas

que o tempo não cura...

e uma paixão
insiste em não morrer
dentro do meu peito...

Gota d'água


Olho pela janela
vejo cores... sem cores
eu ando sem rumo
sem ver...
eu tento procurar um lago
pra lavar a alma
eu jogo tudo
num baú de desilusões
e ilusões...
tento sufocá-las!
eu tranco aporta
não deixo nada aberto...
eu paro no tempo
e olho de novo para janela
cadê? cadê?
o que eu tanto procurei...
já não existe mais
e fica aquela angustia cruel
que cai gota a gota no meu coração
fui eu a culpada!
e agora surge como uma gota d'agua...
a imagem do teu sorriso
chamando minha atenção...

sexta-feira, agosto 03, 2007

Tempos


Tempo
jogo de sorte
momento talvez...

Tempo
brasa viva
ferida aberta

Tempo
cinzas esquecidas
plantas que ainda nascerão

Tempo
esse tédio
essa partida

Tempo
Cristalina lágrima
a rolar por entre os beços

Tempo
esse movimento
esse brilhoso firmamento

Tempo...
bem querer
e sem querer

Tempo
uma raiz
uma semente sem nascer

Tempo
Essa angustia
de querer e não querer viver

Tempo
Tempo
Tempo...

Um dia talvez eu pare pra te ver...

terça-feira, março 27, 2007

Tributo a um cavaleiro


Passavas errante
Pelo meu caminho
Num dia de sol
Num dia sem lua...

Perguntei: quem és?
Olhei nos teus olhos
E não houve resposta
Houve apenas tímido sorriso

Pus-me a seguir teus passos
Me arrastando...
Saltitando entre os obstáculos
Tremendo quando fazia frio

Para onde vais? Perguntei
E outra vez não obtive resposta
Mas segurastes minhas mãos
E calaste minhas perguntas
Com um beijo

Mas enfim chegamos
A um caminho
Onde apenas um podia seguir
E tu serenamente disseste:
Até logo...

E agora
Por fio
Num devaneio
Te vejo caminhando
Cavaleiro andante
Sem espada
Sem armadura
Apenas com sonhos atados... dourados

E não és tu que vais embora
Sou eu que não te encontro
Tu vais além
Mas nos meus sonhos
Ainda me encontro
Mergulhada em teus olhos caçadores...

Imagens não reveladas


Imagens não reveladas

Soa no tempo
Uma canção perdida
Em horas
Que não foram contidas

O acaso que derrubou folhas
Que não puderam esperar o outono
É o mesmo acaso que nos ronda...

nesse portal de esperança
Há paisagens indescritíveis
Um momento de riso
Um sopro indefectível de amor

Tem rostos sorrindo
Lugares brilhantes
Todo um sol pra se pôr

Caminho que ainda não passou...

Estrada que não terminou...

Sonho que não se acabou...

Alegria incontida num peito aberto

De desejo? Não... só de amor!

Fotos num álbum virtual
Imagens de horas
Que o tempo
Ainda não revelou...

terça-feira, janeiro 16, 2007

Tempo


o tempo nos faz viver...
e nos faz sofrer sempre que nos ignora
solidão... aflição
que demora...
que apavora...
E o tempo é assim:
um rebelde sem causa
com pressa de beber
da fonte da eternidade
nos deixando sempre no frio ou no escuro
E se tu ficares bem quietinho
podes ouvir uma voz grave dizer:
_Ignore a dor,
_viva o amor!!!
Mas o tempo
essa serpente traiçoeira
... te envenena
E tu sentes o gosto suculento
da emoção... tarde demais!
O tempo brincou contigo
e te disse adeus...
Tu não podes fazer nada
e nem eu posso voltar atrás
nesses tristes versos...

sábado, janeiro 13, 2007

Marcas


Escrevo com penas
Em horas onde apenas o lamurio da solidão
É som profundo na minha alma...

Escrevo os versos
Que não me consolam
Que mostram profundo desprezo
Diante da dor que me toma

Escrevo atordoada
Sem caminho
Caminhando sem direção
Com canetas
Deixando papéis pelo chão...

Escrevo...
Antes de tudo o que não me pertence
E se me perguntarem se é minha
A marca desta lágrima
... assumo que negarei!

poema nunca escrito


Eu queria escrever um poema
Com tanto sentimento
Que transbordasse em ti

Um poema como
Os pássaros que carregam no peito a esperança
de verem novos horizontes.

Um poema com tanto amor
que fosse impossível palpar...
Um poema que quase te matasse de saudade
Um poema que te trouxesse de volta
Para ver minhas estrelas...

Eu queria escrever um poema
Que tua alma absorvesse
...Que deixasse em ti todos os meus vestígios

Eu queria escrever um poema
Que te deixasse com água na boca
Para provar meus beijos
E fosse pra tua alma
Um caminho certo
Para chegar ao meu encontro...