Belém, 18 de setembro de 2006
Ainda chove
Chove... a chuva é fraca
Não molha os campos verdes
[como em outrora]
Chove... um vazio enluarado
E apenas as margaridas secas se molham
Na chuva calma que escorre fina
Por entre os lábios
Chove... e o vento sopra
Derruba as mangas
Que não tiveram tempo de ficar maduras
Chove... e a cidade fica mais antiga com a chuva
E não há mais aquele aroma de mato bem verde
E não há mais a sensação de glória
Chove... sobre o gozo das aves
Que sempre voam indo embora
E sobre as lágrimas
De um tempo
Que não mais te apavora
Chove... e um frio congelante
Não demora
E sobre estes versos um dia também cairão gotas de água.
Kethlene
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